5.2.09

gestão de vida :)


recordando o que fizemos a 2, eu e o r.
4.º ano.
dedico ao freak.






O Cérebro Humano é extremamente complexo e sempre foi alvo de grande interesse e admiração. A Inteligência aparece indissociada do cérebro e sempre foi alvo de estudos por Filósofos, Cientistas e Psicólogos, para tentar definir a inteligência, medir o alcance e perceber os limites. Duas conclusões afiguram-se quanto mais se debate o assunto: O treino potencia mentes inteligentes e quanto mais de avança nesta matéria mais difícil é chegar a conclusões.


O que é a inteligência?
No dicionário de Língua Portuguesa da Texto Editora, Inteligência é definida como: “faculdade que tem o espírito de pensar, conceber, compreender; capacidade de resolução de novos problemas e de adaptação a novas situações; discernimento; juízo; raciocínio; talento; compreensão fácil, nítida, perfeita, profunda de qualquer coisa, apreensão, percepção”. Um filósofo, cientista ou psicólogo iria demorar mais tempo a responder, pois o estudo da mente humana é demasiado complexo e apesar de estar em constante evolução, todos consideram que estamos muito longe de chegar ao fim. Richard Gregory[1] disse em 1995 que as descrições de inteligência baseiam-se sempre em paradoxos. Assim, “atribui-se inteligência aos que têm de pensar porque não conhecem muito, e aos que conhecem muito e, assim, não têm de pensar”.
As ciências cognitivas identificam os simples comportamentos rotineiros ou automáticos como uma forma de inteligência. Uma simples conversa de café é um acto difícil de reproduzir por seres artificiais (computadores). O campeão mundial de xadrez é mais inteligente que o comum dos mortais? Quanto mais inteligente?


Descartes[2] no século XVII dizia que a natureza e o corpo podem ser explicados de forma mecânica, mas a mente não. A actual ciência cognitiva não aceita a forma como Descartes isolou a mente, mas assume que não é possível compreender todos os aspectos da mente, principalmente os emocionais. Para isso, além das questões filosóficas sobre a natureza da inteligência, são fundamentais as experiências a nível da psicologia e da neurociência.[3]


Entre as diversas teorias que existem, é do consenso geral que o estudo académico contribui para a formação da inteligência e que, para além disso, o importante não é o conhecimento armazenado, mas sim o seu uso nas demonstrações de inteligência.


Nos anos 90 aparece o conceito de inteligência emocional, que envolve muitas habilidades e, ainda, o chamado bom senso. Desde então ficou muito evidente que a inteligência mais completa é a que abrange as capacidades do intelecto e ao mesmo tempo lida com as emoções, usando-as de forma sensata e reconhecendo os vários sentimentos que nos habitam.


Durante quase todo o século XX, o QI[4] foi considerado a medida adequada da inteligência humana, porque se acreditava que abrangia a totalidade do potencial intelectual de um indivíduo. Os casos práticos foram comprovando esta teoria, pois era comum haver coincidência entre o nível que QI e o sucesso académico e profissional. De instrumento de estudo, o QI passou a ser método de avaliação e disseminou-se nas escolas, universidades e empresas privadas. Só a partir dos anos 70 é que vários investigadores detectaram lacunas nos testes de QI, concluindo que não abrangia a totalidade das faculdades intelectuais, passando a representar apenas a medida de um conjunto específico de habilidades mentais como o raciocínio linguístico e lógico-matemático do conhecimento académico e formal. O WAIS (Wechsler’s Adult Intelligence Scale) utiliza uma bateria de testes que atribui uma pontuação de QI, mas não responde à questão do que é a inteligência, em rigor nem o quanto, pois hoje sabe-se que esses testes incluem outros conceitos, como a memória, que não são inteligência.


No fundo, a inteligência é a capacidade, a rapidez e a adequação para resolver um problema. Ser inteligente é resolvê-lo rapidamente e bem. Então aparece a inteligência emocional.




A Inteligência emocional ao serviço das empresas é mais que um conceito rigoroso, é uma fórmula que permite um melhor relacionamento entre as pessoas e os seus relacionamentos, alcançando melhores resultados.


Goleman[5] afirma no seu livro que além de uma inteligência intelectual, nós possuímos também uma inteligência emocional, tão ou mais importante que a outra para o sucesso da vida. A base de uma boa e forte liderança assenta primeiro nas emoções. Quando os gestores criam estratégias ou mobilizam equipas para a acção, ou seja em tudo o que fazem, o sucesso depende da forma como o fazem.


Os líderes funcionam como guias emocionais dos grupos, isto é, encaminham as emoções colectivas para direcções positivas. Os trabalhadores procuram empatia junto do líder, pois este funciona como um apoio emocional, e esta relação está além da tarefa meramente desempenhada.


“O nosso conceito do EU começa a desenvolver-se logo na infância e funciona como uma estrutura organizada e dinâmica que após ser consolidada utilizamos para filtrar e interpretar a nossa experiência de vida. Um bom conceito de nós próprios e uma elevada auto-estima (o elemento fulcral do nosso auto-conceito) geram-nos estados emocionais próximos da felicidade e entusiasmo.


Garantir este estado emocional é um excelente antídoto para afastar medos, ansiedade e incrementar a nossa performance diária, potenciando as emoções positivas.”[6]


Podem-se descrever cinco Domínios da Inteligência Emocional e algumas estratégias (estratégias num ponto de vista de Gestão de Empresas e Equipas) para a conquista de uma melhor inteligência emocional.


Auto-Conceito - Sistema organizado constituído por crenças, preconceitos, memórias, predisposições, expectativas, conhecimentos, medos, reacções, comportamentos, talentos e significados. A formação do auto conceito pressupõe uma componente avaliativa como a auto-estima, que se reflecte na forma como o indivíduo gosta de ser o que é, e a auto-imagem, que é a visão que a pessoa tem das suas competências para controlar o curso das suas próprias acções.
Estratégia a desenvolver pelo líder: Perceber a emoção do indivíduo; Reconhecer a emoção como uma oportunidade de intimidade e transmissão da experiência; escutar com empatia, legitimando os sentimentos do indivíduo.


Administração de estado de espírito – Lidar com sentimentos de maneira a que se tornem apropriados às situações e que provoquem reacções apropriadas. Pressupõe a conjugação eficiente da mente racional (que analisa) à mente emocional, que tem atitudes reflexas, reactivas e oriundas de vivências emocionais do passado.


Auto-motivação – Habilidade de criar sinergias (somar todas as partes acrescentando um valor maior que o unitário de cada uma delas) entre os sentimentos e direccionar-se para uma meta.
Técnicas: -Dividir uma grande tarefa em tarefas menores de execução mais fácil, evitando os sentimentos de ansiedade, stress e frustração.


-Pirâmide invertida: criar prioridades nas tarefas diárias não em função da sua importância ou urgência, mas sim em função do desgaste emocional implícito em cada uma delas.
Empatia – Reconhecer sentimentos nas outras pessoas, entrando em sintonia com as suas manifestações verbais e não verbais.


Gestão de Relacionamentos – A habilidade de lidar com os nossos relacionamentos com os outros; resolução de conflitos; negociação e coesão de grupo. Esta é provavelmente a mais sensível das áreas abordadas pela inteligência emocional e exige um tratamento estratégico mais amplo.


A nossa inteligência funciona de uma forma integrada, o cérebro é composto por duas partes: o lado esquerdo, que trata da capacidade de raciocínio lógico, também conhecido como Quociente Intelectual, e o lado direito é responsável pelas emoções e que conhecemos como Quociente Emocional. Acontece que somente um elevado Nível de Q.I. não garante o sucesso profissional, nem tão pouco o pessoal. Além do conhecimento técnico, idiomas, formação académica, o profissional de sucesso terá que saber lidar com o ser humano e respeitá-lo.


Sintetizando o tema da Inteligência Emocional, todas as pessoas podem desenvolver a sua própria I.E. tendo para isso que aprender e treinar as aptidões que a compõe, já explicadas acima e resumidamente:


Competências pessoais (que determinam a forma como nos gerimos a nós próprios):

Autoconsciencia – grande alicerce da I.E. Um profissional com um elevado nível de autoconsciência tem condições de se monitorar em acção.


Auto-controlo - uma vez tendo consciência do que acontece ao nosso redor, temos condições para perceber se alguma situação está a desencadear reacções divergentes dos objectivos.


Motivação – Um profissional motivado requer menos controlo, tem menos períodos de baixa produtividade e maiores probabilidades de ser criativo.


Competências Sociais:


Aptidão – Capacidade para incutir respostas desejáveis nos outros (influência, comunicação, gestão de conflitos, liderança, cooperação e capacidade de trabalho em equipa)


Como fazer e receber uma crítica – A crítica construtiva é algo que só tem a agregar nas nossas vidas. É através dela que podemos identificar oportunidades e de nos tornar cada vez melhores.


Saber lidar com mudanças – Hoje em dia, questão de sobrevivência. Deve-se sempre ter uma visão sobre a empresa e sobre o mercado, para que se possa estar preparado para mudanças que possam ocorrer.




A Assertividade privilegia a responsabilidade individual, a consciência, autonomia e espontaneidade. Numa frase: “Ser eu próprio em Grupo” ou seja:


Perceber e aceitar os direitos de cada um; exprimir os próprios gostos, sentimentos, opiniões e reacções; reconhecer e aceitar os gostos, sentimentos, opiniões e reacções dos outros; ser responsável pelo seu próprio comportamento; exprimir as próprias fraquezas ou limites.


No ambiente profissional, os medos de rejeição/ avaliação pelos outros, estão na origem de numerosos comportamentos de passividade, agressividade e manipulação. Estes medos levam, muitas vezes, a que, consoante o meio em que o indivíduo se encontra, subordine os sentimentos às finalidades do “corpo social”, reprimindo-os sobretudo em contextos mais formais, onde a personalidade não tem lugar... A assertividade requer um treino sistemático, em que o indivíduo tem de reaprender a autenticidade através de uma prática gradual e regular.


Ser verdadeiro não consiste em “dizer tudo o que vem à cabeça”, mas sim expressar eficazmente, tendo como objectivo a evolução satisfatória e realista da situação.


No meio profissional, devem-se fixar objectivos assertivos; situar o trabalho no conjunto da vida; tentar obter um trabalho adaptado ao gosto; ser realistas face às dificuldades.


Os problemas mais frequentes que se observam em meios profissionais, relacionados com a falta de assertividade, produzem comportamentos tipificados de passividade, agressividade e manipulação, concretamente:


A FUGA – A maioria das pessoas que adopta atitudes de fuga justifica-se e invoca pretextos que não são mais que racionalizações para recusar a afirmar-se. Contudo, será também essa maioria que virá a sofrer as consequências negativas desse comportamento, que se traduzem frequentemente em rancor ou ressentimento; incapacidade de comunicação com o outro.
Casos típicos: O apressado que nunca tem tempo para nada
A pessoa que bloqueia perante os problemas e que se mostra tímida e silenciosa
A pessoa que adia tudo arranjando sempre boas razões para resolver mais tarde
A pessoa que assume o papel de observador, não participa e recusa-se a tomar partido
O ideólogo que tem sempre de reflectir e que, para resolver qualquer problema, tem que mudar todo o sistema.


O ATAQUE – é uma atitude de agressividade perante as pessoas e os acontecimentos: em vez da afirmação tranquila mas firme, o que ataca prefere submeter os outros, fazê-los vergar mesmo em seu detrimento. Estas atitudes supõem um forte dispêndio de energia e acontece frequentemente que o agressivo perde a confiança e consideração dos outros, deixa de ser informado ou, quando a frustração é grande, é dominado por perturbações somáticas. Na origem desses comportamentos estão:
Um elevado grau de frustração no passado, sem que lhe seja permitido reconhecer a sua própria fragilidade;
Um medo latente do outro, por medo de ser esmagado numa relação directa;
O desejo de vingança, que decorre principalmente de sentimentos de rivalidade antigos, mas que continuam a regular as suas interacções, tratando-se velhos contenciosos por intermédio de terceiras pessoas.
Casos típicos: O autocrata que obtém o consentimento pelo medo
O rebelde que se sente imbuído de um espírito de denúncia
O espírito de contradição
O sabotador


A MANIPULAÇÃO – o manipulador não receia ter discursos diferentes conforme os interlocutores; gosta de falar baixo, enviesadamente e não acredita na informação directa. A manipulação é tanto mais eficaz quanto maiores são as diferenças de poder e de influência mas a pessoa que manipula perde toda a credibilidade à medida que os seus truques se denunciam. O tempo gasto custa muito caro, porque os problemas continuam sem ser resolvidos; os compromissos continuam a não ser encontrados e as decisões a não ser aplicadas. As razões a estes comportamentos ligam-se essencialmente:
À educação tradicional que acaba por ser uma imensa manipulação permitida, regulamentada e elevada ao estatuto de sistema moral
A certas crenças estereotipadas da nossa sociedade. (por exemplo, a ideia de que é mais facil agir por interposta pessoa ou a ideia de que é possível apanhar o outro sem que ele se aperceba).
Casos típicos:
A pessoa que seduz e lisonjeia
A pessoa que exagera e caricaturiza
O conspirador, o encobridor.


Conclusão
A escolha do tema do trabalho da cadeira de Gestão de Vida tornou-se uma decisão difícil e ponderada, pois a pertinência dos assuntos não permitiam leviandade na dispensa de temas como Importância das emoções, que obrigaram a alguma reflexão após a leitura do livro “Ao Encontro de Espinosa – as emoções sociais e a neurologia do sentir” que aparece na Bibliografia, não como fonte de conteúdo destas 10 folhas, mas como revisão bibliográfica. A gestão do stress também foi preterida, não sem esforço, pois na vida profissional, o stress é cada vez mais uma constante, como o trabalho. De alguma forma aprendemos a viver com ele, tal como com o tempo se aprendeu a viver com outras patologias, tentando sim, minorar as consequências nefastas.


Inteligência Emocional e Assertividade, pois são assuntos que ocupam bastante tempo do tempo livre (no âmbito profissional) e onde há algum tempo operar mudanças.


As conclusões do trabalho são proeminentemente práticas e serão mais sentidas a nível profissional do que a nível académico, nomeadamente para conteúdo de avaliação de 50% da nota de uma cadeira do quarto ano de ensino superior.


[1] Richard Gregory. Professor de neuropsicologia na Universidade de Bristol.
[2] René Descartes (1596-1650)
[3] Referência a António Damásio.
[4] Albert Binet e Pierre Simon – Psicólogos franceses que desenvolveram testes de inteligência e elaboraram o índice Quociente de Inteligência, definindo padrões médios de performance.
[5] Daniel Goleman. A Inteligência Emocional (1995)
[6] GUERRA, Paulo Balreira – Cerebrus: A Gestão Intrapessoal. Vol I. Lisboa : Ed Pergaminho, 2000. Capítulo 5.

4 comentários:

freakand disse...

Apropriado sem duvida! no alvo!
tenho de ler com mais atenção mas registei palavras importantes, como: Inteligência, Auto motivação e FUGA! FUGA!FUGA!..........
Obrigado Meh :)

Francis disse...

fronha-se pá...tu achas que eu vou ler esta merda toda ?
no way josey...meh...

meh disse...

n leias, pah

freakand disse...

Após leitura mais atenta, digo...
I'd be screwed without a friends like you! Thank you!